Poema da gênese
A vida foi feita numa noite,
Quase ao amanhecer...
Caminhava a moça em sonhos
E despertava o trabalhador em força.
E enquanto os olhos piscavam,
Da torre um grito de louca
Agonia começava.
Era então inventado o mundo.
E enquanto existia um Senhor de tudo,
Trabalhava num canto qualquer
Um pobre raimundo.
E não bastava, do tanto que trabalhava,
Gastar-lhe os dedos,
Era necessário mais, muito mais
Do que seria capaz.
E então, num gesto desesperado e profundo,
Fez-se um dia a Revolução.
Era sábado e não A presenciara o patrão.
Passou o domingo e na segunda
Já não havia mais nada.
E o dono de tudo, sentindo-se perdido
Do que lhe era pertencido
Foi logo procurando a moça do sonho
E, num susto medonho, acordou-a.
Mas era tarde demais,
A moça já não era capaz
De voltar a vida atrás!
Ed.
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